Tecnologia de Informações Geográficas pode ser solução para os desastres naturais em Minas Gerais

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

A chegada do verão trouxe chuvas que, ainda que sejam características da estação, está apresentando uma intensidade considerada perigosa em diferentes regiões do país. Por este motivo, a alteração climática vem sendo acompanhada por um grande número de desastres naturais, como rompimentos de barragens, desabamentos, enchentes e alagamentos. Em Minas Gerais já existem mais de 60 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, um dos motivos que fez o governo anunciar a alocação de R$600 milhões em recursos para conter e recuperar os danos causados pelas chuvas no estado.

Além dos alagamentos e deslizamentos de terra, que causaram até mesmo transtornos em rodovias que cortam o Estado, também existe o risco de rompimento de barragem, num mês que marca três anos após a ruptura de Brumadinho. Segundo a secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, atualmente 31 barragens de Minas Gerais estão em estado de emergência, com três já no nível máximo de alerta.

Outro fator que acelera a velocidade dos processos que originam acidentes naturais e trazem riscos à sociedade, junto as alterações climáticas, é a excessiva intervenção humana. “É preciso entender as causas e consequências para atuar na mitigação dos impactos com as ferramentas necessárias. Atualmente existem tecnologias capazes de oferecer monitoramento e análises para prever e evitar desastres naturais, propiciando proteção à eventuais ocorrências”, conta Daniel Henrique Candido, Doutor em Análise Ambiental e Dinâmica Territorial e especialista em Recursos Naturais da Imagem Geosistemas.

É o caso da tecnologia GIS (Sistema de Informações Geográficas), que é capaz de atuar como um hub de informações e retirar dados de diferentes fontes, possibilitando o estudo de todos os elementos do local. As análises e monitoramentos são feitos através de imagens de alta resolução de satélites, radares orbitais e equipamentos de medição de calor e posicionamento. Além de reduzir os riscos e aumentar a segurança da população, a tecnologia também pode auxiliar o governo na tomada de decisões e evitar paralisações e altos prejuízos financeiros.

“No caso das barragens mineiras, por exemplo, é possível prevenir acidentes em grande escala ao ter conhecimento detalhado das regiões que podem ser afetadas pelo rompimento e realizar um acompanhamento detalhado, utilizando algoritmos de detecção de mudanças. Já no caso de pós ruptura, o GIS facilita a atuação dos órgãos de Defesa Civil visando minimizar prejuízos materiais e evitar perdas de vidas humanas”, explica Daniel. A tecnologia foi utilizada aqui no Brasil pela Imagem Geosistemas, distribuidora oficial da Esri, para monitorar o rompimento da barragem que ocorreu em Brumadinho, cujos efeitos são sentidos até hoje por moradores de regiões próximas.

Portanto, é possível notar que o uso de novas tecnologias como solução para a prevenção e compreensão de recorrências naturais é de extrema importância, e, ainda que necessite de um investimento maior, acaba se revertendo em uma economia a médio e longo prazo. É o que foi levantado até mesmo pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2019, visto que para cada dólar investido em prevenção de desastres, há uma economia de seis dólares que seriam gastos futuramente em ações de reparação dos danos decorrentes do problema.