Startup forma mais de duzentos programadores refugiados e pretende dobrar esse número em 2022

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

No momento atual, cerca de 1,3 milhão de imigrantes vivem no Brasil. De acordo com a pesquisa realizada pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), em dez anos, o número anual de imigrantes registrados no país aumentou 24,4%. Além disso, os pedidos de reconhecimento da condição de refugiado subiram de 1,4 mil, em 2011, para 28,8 mil, em 2020.

Dentre os problemas que surgem ao reconstruir a vida em um novo país, se inserir no mercado de trabalho geralmente é a maior dificuldade. O preconceito e a desinformação são os principais fatores que atrapalham essa colocação. Ainda hoje, muitas empresas acreditam que a contratação de um estrangeiro é mais burocrática e demorada ou que pode gerar problemas legais com o Ministério do Trabalho. 

A revalidação de diplomas também é um obstáculo, pois a maioria dos refugiados que chegam ao Brasil perde sua qualificação. Desqualificados para o mercado brasileiro, muitos deles acabam em subempregos, ganhando salários abaixo do mínimo previsto e trabalhando em condições insalubres. 

Refugiados no mercado de trabalho brasileiro

Com o objetivo de melhorar a condição de vida de refugiados e imigrantes, a startup Toti Diversidade oferece cursos profissionalizantes voltados para a área de tecnologia, intermediando, posteriormente, sua entrada no mercado de trabalho. Desde 2018, a plataforma já atendeu 13 turmas e formou 262 alunos. 

O diretor-executivo da Toti, Caio Rodrigues, esclarece que apesar de já terem oferecido oportunidades em outras áreas, o mercado de tecnologia se tornou o foco do negócio social, pois é o único que consegue oferecer uma boa perspectiva de futuro, devido ao seu superaquecimento. 

“Os salários pagos são muito bons, o que é um fator importante para a Toti. Hoje conseguimos oferecer às pessoas contratadas um aumento médio de renda de 200%. Isso é um impacto direto na qualidade de vida do refugiado e também dos seus familiares, que muitas vezes dependem dessa pessoa”, explica Rodrigues.

O trabalho desenvolvido pela Toti passa pela atração e seleção de alunos, formação profissional de base tecnológica, ponte entre o aluno e a empresa contratante e acompanhamento com o gestor direto e o profissional contratado. De acordo com o diretor-executivo, a Toti já encaminhou ex-alunos para vagas na área de tecnologia com salários de até R$ 6 mil. 

Aliada nas áreas de ESG, Diversidade e Recursos Humanos

Para 2022, a Toti Diversidade tem a meta de realizar 10 turmas, totalizando 250 pessoas formadas. Nesse momento, a startup está com um processo seletivo aberto, em que busca mais empresas com procura de contratação de desenvolvedores com perfil diverso. 

Por ter como uma de suas missões promover a diversidade, a Toti contribui diretamente para as métricas de ESG das empresas, o que atrai investidores e contribui efetivamente para a obtenção de melhores resultados. 

Uma pesquisa da Harvard Business Review mostra que nas empresas onde o ambiente de diversidade é valorizado, os funcionários são 17% mais engajados. Outro estudo, da Organização McKinsey & Company revela ainda que companhias com diversidade étnica e racial possuem 35% mais chances de ter rendimentos acima da média do seu setor. 

Os profissionais mais buscados na Toti são os com conhecimento em Lógica de Programação e JavaScript. As turmas são criadas de forma customizada, conforme as demandas comportamentais e tecnológicas das empresas contratantes. Além das habilidades técnicas, os cursos desenvolvem as soft skills dos refugiados.