Paranaenses criam plataforma para gestão de aeroportos

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

O Paraná é o décimo estado com mais aeroportos do Brasil e o sétimo em transporte de passageiros. No entanto, dos 103 espaços aeroportuários, públicos e privados, distribuídos em diversas cidades do estado, apenas um deles se destaca em tamanho e movimentação: o Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado no município de São José dos Pinhais/PR.

Buscando estimular a aviação regional ao mesmo tempo que resolve as falhas dos aeroportos de médio e pequeno porte, nasceu a Auter, uma plataforma com foco na gestão operacional destes ambientes. A empresa é paranaense, associada da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR), incubada em Maringá. A Auter já funciona nos aeroportos de Guarapuava/PR, de Sant’Anna, em Ponta Grossa/PR, e de Bonito/MS.

“Iniciamos alguns estudos no fim de 2019 e percebemos os problemas. Vimos que nestes aeroportos, especialmente nos regionais, eles não têm ferramentas tecnológicas para fazer a própria operação. E isso acaba acontecendo de forma manual, com papel mesmo. A tecnologia usada por alguns, no máximo, é subir uma planilha em um drive”, conta a CEO fundadora e responsável pelo projeto, Mariana Soares.

Além de muito retrabalho e morosidade, a falta de organização e sistematização de todo o processo pode ser até mesmo perigosa, como cita Mariana. “Além do risco com a informação, já que ela não está circulando com segurança, tudo isso pode simplesmente se perder por estar em papéis. Ainda, existe o fato de as informações estarem pulverizadas. Agora, imagine tudo isso em um ecossistema que se possa administrar: o quanto se pode trabalhar, o quanto se pode fortalecer os modais aeroportuários regionais, também, o quanto estamos deixando de explorar justamente por não olhar para tudo isso. As informações são valiosas”.

A ferramenta propõe um upgrade na gestão, capturando informações de passageiros embarcados e cruzando dados com itens externos, para entender o comportamento dos viajantes. Com a massa de dados capturadas na plataforma, a projeção se torna possível e assertiva, prevendo até mesmo se o aeroporto “X” precisa de ampliação, implantar táxi aéreo ou mudar a estratégia de trabalho, por exemplo. A Auter oferece, ainda, canais para agendamento de voos regulares, movimentação de aeronaves e embarque de passageiros, faturamento com contas a receber, indicadores inteligentes de gestão e análise organizacional.

Além disso tudo, a plataforma também se antecipa a um problema já existente na maioria dos aeroportos de grande movimento no mundo: o congestionamento aeroportuário. A condição traz custos para as empresas aéreas e desconforto para os passageiros. “Isso já vem sendo comentado para acontecer em breve, nos próximos três ou quatro anos”, afirma Mariana. “Temos uma dificuldade grande em regionalizar os nossos voos. Somos um país com dimensão continental. Nos Estados Unidos, não faz sentido dirigir 500 km como nós! O crescimento e o desenvolvimento do país também passam por dar uma chance para o interior”.

Para o presidente da Assespro-PR, Lucas Ribeiro, isso faz todo o sentido. Ele defende os voos regionais, programas de incentivo – como é o caso do Voe Paraná, do Governo do Estado – e lembra que o Paraná já viveu épocas de grande destaque na aviação. “Em 1957, 31 cidades eram servidas por voos comerciais, o maior número desde a introdução do transporte aéreo em território paranaense”, ressalta Ribeiro. “A ideia desse trio de jovens, liderado por uma mulher, é excelente. Fomenta o desenvolvimento, captura informação e nos dá um diagnóstico regional, de todo o entorno dos aeroportos e da economia daquele local, o que é excelente”, completa.

A plataforma, como lembra o presidente da Assespro-PR, promove a sustentabilidade financeira dos aeroportos, a visão estratégica destes ambientes, a gestão da operação, o compliance e a segurança, além da geração de previsão, para gestores públicos e privados.