Gestão de Pessoas: conheça o método do Google que as empresas brasileiras estão adotando

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

Modelo de objetivos e metas aplicado pelo Google é adotado por diversas corporações. Quando o resultado buscado é para a gestão de pessoas, adaptações para o home office se fazem necessárias para um melhor êxito

Conhecida principalmente por ser utilizada pelo Google, a metodologia OKR (Objectives and Key Results) cada vez desperta mais o interesse de organizações de diversas atividades econômicas e sociais. Em linhas gerais, ela consiste em definir objetivos estratégicos e metas (resultados-chave) como alvos a serem alcançados. Aplica-se, inclusive, na gestão de recursos humanos (RH), definindo parâmetros de produtividade e de qualidade das entregas dos colaboradores.

Mas, com a pandemia de Covid-19 e a necessidade do trabalho remoto, os gestores de RH se viram diante de um desafio: com a distância, mensurar – de forma justa e eficiente – metas de produtividade e de qualidade das entregas dos funcionários? Em que a medição das metas e os objetivos estratégicos precisaram de adaptação às mudanças impostas por uma conjuntura adversa num contexto em que os gestores mantêm a distância física?

A administradora Daniela Velez da startup Run2Biz, empresa que fornece soluções automatizadas e de inteligência artificial com plataformas de comunicação e canais de relacionamento entre as organizações e seus clientes, onde Velez, na condição de gestora de pessoas, integra um grupo que reúne executivos de RH de empresas de vários setores e de todos os portes.

Velez constata uma preocupação recorrente no grupo: mais do que definir OKRs em gestão de pessoas, a inquietação é assegurar um acompanhamento mais próximo e preciso do andamento rumo à execução dos objetivos e metas estabelecidos. “Com a necessidade do trabalho essencialmente remoto provocado pela pandemia e hoje um padrão adotado na Run2Biz, tivemos que aprimorar a metodologia OKR, implementando novas formas de avaliação de desempenho dos colaboradores em home office”, pontua a gestora.

Antes, é fundamental compreender como se estrutura a metodologia OKR, observa Daniela Velez. Ela explica: são duas instâncias de OKRs adotadas pela Run2Biz. Uma é a do OKR estratégico, isto é, aquele objetivo macro, que inspira todos na empresa. Outra instância é a dos OKRs táticos, constituídos de metas por áreas da empresa. Importante: todas elas estabelecidas como meios para se cumprir o OKR estratégico. Entre essas áreas, está a de recursos humanos.

“Amadurecemos, então, o processo OKR, durante a pandemia, a fim de enfrentar o desafio de mensurar qualidade e produtividade do trabalho remoto. Para este ano, estamos com uma metodologia baseada no seguinte tripé: Empresa (OKR estratégico), Área (OKR tático) e Colaboradores (Plano de ações individuais), que fundamentam uma avaliação de desempenho de forma justa e eficiente do colaborador”, sublinha Daniela.

Cofundador da Run2Biz, Emauri Gaspar acrescenta que a mensuração da produtividade e da qualidade das entregas dos funcionários – e mesmo da empresa, de um modo geral – só é possível de se fazer a partir da análise de satisfação dos clientes externos e internos (entre as áreas da empresa). Afinal, essa satisfação serve como baliza para cada área compreender se de fato atua com qualidade.

“A medição de qualidade só é possível escutando o cliente. Não há como ter qualidade sem ter atendido ou superado as expectativas acordadas com o cliente. Internamente, você pode medir a eficiência, mas a qualidade é uma medição relacionada à satisfação do cliente”, compara Gaspar.

Gaspar salienta ainda a importância da cultura OKR. Mais ainda, de estabelecer de forma clara e adequada o OKR estratégico. “Um OKR estratégico deve inspirar toda a empresa para o período de tempo a que se destina. A partir dele as áreas estabelecem os OKRs táticos que somados resultam em pleno êxito do OKR estratégico. É como na montagem de um quebra-cabeças. Cada peça tem a sua contribuição na construção da imagem planejada”.

Ele exemplifica com o caso da própria Run2Biz: “Definimos para 2022 atingir em janeiro de 2023 um determinado volume de faturamento mensal recorrente. Este OKR norteia todas as áreas em suas atribuições: volume de vendas para alcançar, infraestrutura necessária, cronograma de entregas, pessoas envolvidas, treinamentos a realizar…, todos direcionados a um sentido único.”

Sobre a Run2Biz: https://br.run2biz. com/