ONG cria carroça do futuro

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

Os catadores de materiais recicláveis são responsáveis por coletar 90% de tudo que o Brasil recicla. Normalmente, esses trabalhadores utilizam carroças para armazenar e transportar o que recolhem, podendo chegar a carregar mais de 500 kg de uma só vez. Pensando na saúde desses profissionais, a ONG Pimp My Carroça criou o projeto Carroças do Futuro.

O objetivo do projeto é desenvolver protótipos de carroças e triciclos elétricos com baixo custo e potencial de escalabilidade, que sejam não poluentes e sirvam como alternativa à tração humana. O projeto também desenvolve carroças utilizando materiais alternativos e mais sustentáveis na estrutura. A ideia é proporcionar melhores condições de trabalho e de renda para as catadoras e catadores, além de promover benefícios para a qualidade de vida e saúde destes profissionais, por não sobrecarregá-los fisicamente na execução do trabalho.

“O Carroças do Futuro concluiu a versão da carroça elétrica e realizou neste mês de janeiro testagens com os catadores. A carroça foi bem avaliada e estamos animados para levar as carroças para as ruas”, disse Adriane Andrade, coordenadora do projeto Carroças do Futuro. “Pretendemos replicar este protótipo de carroça elétrica através da aplicação de projetos piloto em microrregiões para avaliarmos o desempenho das carroças e coletarmos evidências referentes ao desempenho do protótipo, ao aumento da capacidade da coleta seletiva e sobre as melhorias nas condições de trabalho e renda dos catadores”, concluiu. Vale frisar que, para a continuidade e ampliação do projeto, a organização está em busca de novos parceiros e investidores.

A versão aprimorada da carroça elétrica possui velocidade máxima de 5 km/h, motor elétrico com a função ré e itens de segurança – freio, buzina, setas, rastreadores via GPS e farol dianteiro e traseiro. Sua capacidade de carga suporta 400 Kg. A recarga das baterias possui a duração de 6h e são recarregáveis em tomada comum. Em 2020 o projeto também disponibilizou quatro triciclos elétricos para a utilização dos catadores e foram coletados feedbacks para a realização dos aprimoramentos necessários.

Os testes têm como objetivo avaliar os protótipos para que atendam às necessidades dos catadores de materiais recicláveis, valorizando e potencializando o trabalho desses profissionais que prestam um serviço essencial para limpeza urbana e preservação ambiental.

Carroça de bambu

Em janeiro de 2021 o projeto avançou na criação de uma carroça de bambu: a proposta é avaliar a resistência desse material junto ao trabalho dos catadores nas ruas. O bambu é um material mais sustentável, que promove benefícios ecológicos em sua produção e reduz a necessidade do uso de ferro extraído por mineradoras para sua estrutura. 

“O Carroças do Futuro é uma inovação sustentável para ajudar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis autônomos a trabalharem com maior eficiência, gerar maior renda e promover qualidade de vida. É a valorização para quem de fato realiza a coleta seletiva. Eles trazem uma solução para nossa cidade e hoje não são reconhecidos, trabalhando de forma insalubre e pouco remunerada”, afirma Adriane. 

O Carroças do Futuro foi iniciado em 2019 com a parceria entre o Instituto Clima e Sociedade (ICS) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), e a partir de 2020, em seu segundo ano de execução, contou com a parceria da Nestlé. Em 2020 também foi elaborado o plano de negócios do projeto em parceria com a 3M e a Pyxera Global –  Impact Program.

Sobre o movimento Pimp My Carroça 

É um movimento que atua desde 2012 para tirar os catadores de materiais recicláveis da invisibilidade – e aumentar sua renda – por meio da arte, sensibilização, tecnologia e participação coletiva. Desde o seu início, mais de 2.000 catadores/as foram atendidos, mobilizando cerca de 1.200 grafiteiro(as) e aproximadamente de 2.500 voluntário(as) – além de 25 cooperativas de catadores que receberam mutirões de pintura. As ações do projeto foram replicadas em cerca de 50 cidades de 15 países diferentes, como Colômbia, Argentina, EUA e Marrocos. Em 2017, o Pimp My Carroça lançou o premiado app Cataki.

Atualmente, buscando apoiar os catadores de material reciclável e entulho, o Pimp My Carroça criou um crowdfunding mensal, o Viva os Catadores. É possível ajudá-lo neste link.

O Carroças do Futuro está em conformidade com os Objetivos Sustentáveis da ONU, especialmente em relação ao Objetivo 8 (Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos), Objetivo 9 (Construir infra estruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação), Objetivo 11 (Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resistentes e sustentáveis).