Por que as startups se sobressaíram na pandemia?

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

Por Edson Mackeenzy

Os números da pandemia de Covid-19 assustam. Os de mortes, os de casos, os da crise. Mas, na contramão das notícias negativas, aparecem as startups, que conseguiram provar a sua força neste período de instabilidade econômica. Os investimentos nelas continuaram, mesmo com a maioria das apostas apontando para o contrário. O primeiro semestre pode até, de fato, ter sido menor em relação a valores investidos que o mesmo período do ano passado. Mas que houve um aumento no número de negócios e transações, houve. É o que garante Edson Mackeenzy, investidor de Startups e mentor de Negócios.

Segundo ele, alguns fatores explicam esse movimento de crescimento. Primeiro é que muitas empresas que investem em startups já tinham levantado fundos para isso antes do início da pandemia. E como esses montantes não são para acumular dinheiro, mas sim investir, os investimentos foram mantidos apesar do momento crítico. 

Outro fator que Mack, como é conhecido, aponta é que, com a taxa Selic menor, o dólar em alta e o mercado incerto, investir em negócios inovadores, que resolvem problemas existentes e urgentes, apareceu como uma opção para aqueles que ainda não investiam em startups. “Vale lembrar que empresas maiores costumam ter mais processos, o que impede a possibilidade de mudanças rápidas em um cenário como o que estamos vivendo”, afirma. 

Mais um atrativo das startups é que a maioria já estava adaptada a trabalhar em home office, a lidar com equipes reduzidas e orçamento enxuto. Ou seja, enquanto muitas empresas precisaram se adaptar à nova realidade, as startups já faziam parte dela. Outro ponto positivo é que o ciclo e jornada de uma startup é de oito anos, em média. Então os investidores entendem que a crise irá passar e aproveitam o momento para encontrar boas oportunidades. 

E tem mais. De acordo com o especialista, investimentos nos estágios anjo e pré-seed costumam ser feitos com valores e aportes menores, pulverizados em grande parte por pessoas físicas que têm mais disposição ao risco, com independência de decisão e também mobilidade financeira. Por isso, foi mais rápida a adaptação na pandemia e na alocação de investimentos para as startups. Mack destaca que na recessão de 2008 nos Estados Unidos, a curva de recuperação dos investimentos no estágio SEED teve muito mais velocidade que a dos demais estágios.

O mentor de negócios também lembra que, embora alguns setores tenham sofrido com a pandemia, outros puderam crescer. “Foi frequente a aparição de empreendedores apresentando ótimas ideias de negócios nesses meses. Isso fez com que não só o primeiro semestre tenha sido bom para a ‘classe’, como o segundo semestre comece com uma expectativa boa pela frente”, conclui. 


Sobre o Edson Mackeenzy

Edson Mackeenzy
 é investidor de Startups e mentor de negócios em busca de escalabilidade, aceleração e internacionalização. Atua como Diretor de Investimentos da TheVentureCity e é membro do conselho da IBS-Américas. Em 2004, fundou a primeira plataforma de compartilhamento de vídeos do mundo, o Videolog.tv, e, em 2013, foi reconhecido como um dos empreendedores mais influentes do Brasil pela revista IstoÉ Dinheiro. Desde então, passou por posições estratégicas na Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, Bossa Nova Investimentos e iMasters/E-Commerce Brasil. Desenvolve e colabora com vários programas de fomento à inovação, o que lhe rendeu, em 2018, o prêmio de melhor mentor de negócios do país durante o Startup Awards, oferecido pela Associação Brasileira de Startups e AWS.