Inteligência Artificial pode facilitar a busca por voluntários para testes de novas vacinas e medicamentos e otimizar duração dos estudos clínicos

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

A busca incansável do homem em tornar tudo mais dinâmico fez com que a tecnologia ganhasse cada vez mais espaço em um mundo conectado e veloz, onde a cada dia que passa um novo recurso é lançado, e o que era uma grande novidade, se torna obsoleto. E se antes era necessário que uma determinada função fosse executada por vários humanos, hoje em dia é possível reduzir tudo em uma única máquina graças à Inteligência Artificial. A Inteligência Artificial pode ser compreendida como uma forma de um dispositivo eletrônico funcionar de forma bastante similar ao pensamento humano.                    

IA já é uma realidade no Brasil, sendo que 41% das empresas brasileiras já utilizam em seus processos algum recurso de inteligência artificial, segundo um estudo feito pela International Business Machines Corporation (IBM). Atualmente é possível encontrar empresas de diferentes segmentos que utilizam dessa nova tecnologia para aprimorar seus serviços, desde companhias de tecnologia, marcas renomadas do varejo e até mesmo a medicina.

Apesar de ser conhecido como um setor ainda um pouco relutante em adotar novas tecnologias, até por ser um setor que exige atenção, sigilo de dados e cuidado redobrado em todas as suas etapas, esse cenário acabou mudando nos últimos anos. A pandemia exigiu que a área médica tivesse que se adaptar com urgência, e isso fez aumentar o número de consultas online e a popularização da telemedicina. Com a aproximação cada vez mais estreita entre inteligência artificial e a medicina, quem pode se beneficiar com essa relação é a Pesquisa Clínica.

Fundamentais na descoberta de novas vacinas e medicamentos, os estudos clínicos são uma das etapas para encontrar novas opções de tratamentos de várias comorbidades. Nessa etapa, são feitos estudos com humanos para garantir que um medicamento em análise é seguro e de fato cumpre com o seu objetivo. “Toda pesquisa clínica precisa de um grupo específico com determinadas características, ou seja, em algumas situações, leva um tempo para encontrar o número de pessoas necessárias para participar dos estudos, e isso pode atrasá-los”, explica Fernando de Rezende Francisco, Gerente Executivo da Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (ABRACRO).

Uma das alternativas que pode colaborar na hora de realizar o processo inicial de triagem de voluntários é utilizar a Inteligência Artificial para cruzar informações de registros médicos de pacientes e dados para realizar um comparativo com o estudo em questão. “Encontrar pacientes com um perfil específico em um período curto de tempo é um grande desafio, por isso a tecnologia pode ser uma aliada para otimizar esse tempo e facilitar na hora de encontrar o perfil desejado”, pontua Francisco.

A tecnologia aplicada à medicina e aos processos de pesquisa clínica também pode ajudar os voluntários a reduzir o tempo que é dedicado para se deslocar até o local onde os estudos estão sendo realizadas. Através de ferramentas específicas, eles podem se comunicar com a equipe responsável de uma forma mais assertiva, e relatar os sintomas e progresso do tratamento. “Além disso, pessoas que moram distante de grandes centros acabam se sentindo mais motivadas em participar, portanto é uma forma de democratizar a pesquisa clínica e diversificar o perfil dos voluntários”, afirma Francisco.

Seja no deslocamento dos voluntários ou então na procura por um determinado grupo para participar dos estudos, o fato é que a inteligência artificial pode contribuir com todas as partes interessadas na pesquisa clínica, desde os pesquisadores, pacientes e médicos investigadores, ou até mesmo os patrocinadores. “Com a tecnologia, as decisões poderão ser mais rápidas e assertivas, já que as informações serão extraídas de dados clínicos em tempo real, ou seja, isso vai impactar diretamente na saúde da população, que poderá fazer uso de novas opções de tratamentos sem ter que esperar por muito tempo”, finaliza Francisco.

Sobre a ABRACRO

Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica é responsável pela grande mudança na reputação dessa área tão importante para a saúde no Brasil. Há 17 anos, ela representa as ORPCs (Organizações Representativas de Pesquisa Clínica) e contribui para a melhoria dos processos e atividades do setor. Hoje, são fonte para os órgãos reguladores do setor que, pela rigidez dos processos e questões éticas, muitas vezes a consulta antes da publicação de uma nova norma. A ABRACRO também realiza eventos e workshops para aproximar o paciente e o público leigo dos profissionais da área.

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