Só quem tem diabetes, estomia, problemas de pele, trocas diárias de curativos, entre outras doenças ou necessidades, sabe o quanto as seringas, as bolsas e faixas, por exemplo, pesam no orçamento no fim do mês. E, o pior, é um gasto obrigatório e grande, muitas vezes sem prazo de validade. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 40% da população adulta brasileira, que corresponde a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível, sendo uma delas a diabetes. Essas famílias, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, gastam anualmente R$ 1,25 bilhões com a aquisição direta desses produtos de saúde. Ou seja, é muita gente com um gasto alto diante de um cenário econômico difícil, principalmente após um ano de pandemia.
Foi pensando nessas pessoas que a healthtech Suprevida resolveu inovar em seu programa de créditos. “Recebemos mensagens frequentemente de pessoas pedindo ajuda com a compra de produtos de manutenção da saúde. Isso é uma necessidade básica, elas não podem ficar sem”, afirma Rodrigo Correia da Silva, CEO da startup que conecta produtos, informações e serviços de saúde.
A partir de janeiro de 2021, o interessado poderá se cadastrar gratuitamente no Clube Suprevida para gerar um link que lhe renderá créditos, sem a necessidade da realização de uma compra inicial. “Na maioria dos programas, o cliente precisa primeiro realizar uma compra para depois ganhar qualquer forma de bonificação. Na Suprevida, a gente percebeu que a pessoa pode estar com uma necessidade e não ter recurso para essa primeira compra. Por isso, resolvemos mudar o formato do nosso programa, permitindo a entrada de clientes que ainda não tenham adquirido qualquer produto na plataforma e possam gerar uma rede de apoio”, explica o executivo.
A pessoa de baixa renda e que precisa de ajuda poderá, então, enviar o link para que seus indicados entrem no Clube. A partir daí, toda compra realizada no site terá uma porcentagem revertida em créditos para quem os convidou, que poderão ser resgatados em produtos. Assim, um vai ajudando o outro. “Infelizmente, não conseguimos ajudar todas as pessoas que precisam, por isso, pensamos em uma forma de criar uma verdadeira corrente do bem”, complementa o executivo, que acrescenta que é por causa desse ciclo de colaboração que resolveram usar o slogan “o bem faz bem”.
O destaque é que o vínculo não tem data de validade, ou seja, mesmo após meses, as compras continuam revertendo em créditos para futuras trocas. “Toda compra que o cliente fizer no nosso site continuará gerando crédito para ele e também ao remetente do link que o fez entrar no nosso clube, criando um círculo de crowdfunding solidário”, garante o CEO. Ele acrescenta que não existe um número máximo de pessoas para o envio de um mesmo link e que os créditos vencem apenas a cada 90 dias, prazo suficiente para quem adquire produtos de saúde, como os comercializados na plataforma. “Quem precisa de soro, curativo, gaze, lenço umedecido, por exemplo, geralmente compra com esse intervalo de tempo mesmo, entre dois e três meses”.
Além dos créditos revertidos por conta das compras, os interessados também poderão doar e transferir os próprios bônus para instituições sem fins lucrativos, que ajudam centenas de pessoas diariamente. Vale destacar que o Brasil atingiu taxa de desemprego recorde, de 14,6% no 3º trimestre de 2020, segundo último levantamento do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “A população sofre com diversas enfermidades que exigem tratamentos contínuos e caros, só que, ao mesmo tempo, muita gente não tem condições financeiras para se tratar. Se a Suprevida ajudar pelo menos um pouco nesse cenário, já estaremos satisfeitos”, finaliza Rodrigo.
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