O Bitz, carteira digital e conta de pagamento do Bradesco, acaba de anunciar a aquisição da fintech DinDin, que atua no mesmo setor há 4 anos. O negócio representa mais um case de aquisições estratégicas no mercado de fintechs brasileiro, caracterizado por instituições financeiras estabelecidas adquirindo startups de perfil inovador a fim de aumentar o escopo dos serviços que fornecem aos seus clientes e de modernizar suas capacidades tecnológicas.
“A Dindin acelera a aquisição de know-how e traz um time experiente, o que é crucial para o plano de expansão do Bitz”, afirma Curt Zimmermann, CEO do Bitz. O negócio está em linha com a estratégia de crescimento da nova empresa do Bradesco. “Queremos conquistar uma fatia entre 20% e 25% do mercado de carteira digitais no prazo de três anos. Devemos fazer mais uma aquisição ainda este ano, com objetivo de acelerar a estruturação do time e de crescer o negócio”, afirma.
“Uma das coisas que mais nos motivou na proposta do Bradesco foi a confiança que demonstraram na nossa equipe”, afirma Stéphanie Fleury, sócia fundadora e CEO da Dindin, que é a primeira mulher a vender uma startup para o Bradesco. “O expertise acumulado nesses quatro anos de operação, e o mindset de startup irão ajudar a construir o Bitz com mais agilidade e foco na inovação”, complementa Stephanie.
Formada em Administração de Empresas pela PUC-Rio e com uma sólida carreira no mercado nacional e internacional, a executiva faz parte dos 3% das mulheres que comandam organizações no Brasil, de acordo com estudo da Bain & Company, realizado em parceria com o Linkedln em 2019. “Fico extremamente honrada por ter a oportunidade de ocupar uma posição tão importante em uma empresa do tamanho do Grupo Bradesco. Precisamos fazer a nossa parte e permitir que mais mulheres consigam espaços de liderança, em prol de um mercado mais diverso e mais bem sucedido”, finaliza Stéphanie, que assume como Head da Area Comercial do Bitz.
Investidores e mercado de fintech brasileiro também comemoram
No início da operação, foram os próprios sócios da DinDin que financiaram o crescimento da empresa nos anos iniciais. No entanto, após ter atingido um certo nível de tração no mercado, a startup captou investimento adicional de 46 investidores anjos individuais através de uma outra fintech brasileira, a EqSeed, principal plataforma para investimentos em startups do País. Dessa forma, a aquisição da DinDin não beneficiou apenas as empresas diretamente envolvidas, como também trouxe retornos para os investidores que acreditavam no potencial da empresa lá em 2018.
“Quando captou pela plataforma EqSeed, o DinDin já apresentou uma solução extremamente inovadora, robusta e eficiente, que entendíamos ter o potencial de preencher um gap relevante do mercado . Na ocasião, bateram recorde de arrecadação em dinheiro e em tempo, foram R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) em apenas 12 dias. Essa eficiência aliada à alta escalabilidade evidentemente acelera o processo de saída de uma empresa, como aconteceu no caso da DinDin sendo adquirido somente dois anos após sua captação. Os investidores da nossa plataforma enxergaram esse potencial na empresa em 2018, e agora serão premiados com um retorno significativo no seu investimento em apenas dois anos”, explica o economista e sócio-fundador da EqSeed, Brian Begnoche.
Como é costume no mercado de M&A, a formalização da aquisição da DinDin pelo Bitz depende da aprovação do Banco Central e outras entidades reguladoras relevantes. O valor da transação não foi revelado.
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