A luta global contra a tuberculose está ganhando algumas ferramentas poderosas. A medicina de precisão — já usada para personalizar o diagnóstico e o tratamento de doenças não transmissíveis, como o câncer — e as tecnologias de saúde, como a telemedicina, têm potencial para avançar na prevenção e no tratamento da tuberculose, afirma o dr. Zelalem Temesgen, especialista em doenças infecciosas e diretor médico do Centro de Tuberculose da Mayo Clinic.
O Centro de Tuberculose da Mayo Clinic é um centro colaborador da Organização Mundial da Saúde em saúde digital e medicina de precisão para tuberculose. O centro é parceiro de instituições em todo o mundo para melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes com tuberculose.
As áreas de foco incluem o uso de ferramentas de e-learning para compartilhar os mais recentes conhecimentos médicos com profissionais da saúde e explorar como a genômica e outros recursos de medicina de precisão, inteligência artificial que apoia a tomada de decisão clínica e maneiras móveis de se conectar com os pacientes, como visitas por vídeo e mensagens de texto, poderiam ser aproveitados e difundidos por todo o mundo.
“Muitas pessoas ainda sofrem dessa doença”, afirma o Dr. Temesgen. “Embora os Estados Unidos sejam um país com baixo índice de tuberculose, nossas metas de eliminação não foram alcançadas e ainda há muito a ser feito para acelerar nosso progresso. Além disso, devemos continuar a apoiar outros países e regiões onde as taxas de infecção são muito mais altas.”
Aproximadamente 25% das pessoas no mundo inteiro estão infectadas com a bactéria transportada pelo ar que causa a tuberculose e ela está entre as 10 principais causas de morte em países de baixa e média renda, de acordo com a OMS. A doença geralmente ataca os pulmões, mas também pode afetar o cérebro, a coluna e os rins.
O trabalho do Centro de Tuberculose da Mayo Clinic inclui o estabelecimento de educação médica continuada em tuberculose, HIV e condições associadas. O programa inclui consultas sobre casos complexos e assistência técnica às instituições participantes. O programa tem um corpo docente multidisciplinar e multinacional e relações de trabalho com organizações na América Latina, Caribe, África, Índia e Inglaterra.
A pandemia de COVID-19 interrompeu a prevenção e o tratamento da tuberculose internacionalmente, ameaçando reverter o progresso feito no combate à doença, declara o Dr. Temesgen. A tuberculose é curável com diagnóstico e tratamento imediatos, mas se não tratada adequadamente, pode ser mortal.
“A COVID-19 também destacou, talvez como nunca antes, a importância da saúde pública”, afirma o Dr. Temesgen.
No ano passado, o centro colaborou em um “datathon” sobre COVID-19, um workshop intenso modelado com base nas maratonas de programação de computador chamadas “hackathons”, e este ano planeja realizar um sobre tuberculose. Em um datathon, os pesquisadores trabalham em equipes para estruturar uma questão de pesquisa, mobilizar dados para buscar a resposta e apresentar suas descobertas a um painel de juízes.
“Idealmente, um datathon é um poço de teste intelectual repleto de dados e críticas construtivas que poderiam levar meses para serem resolvidos de outra forma ”, declara o Dr. Temesgen.
Na pandemia, a aceleração da telemedicina para conectar pacientes a profissionais da saúde remotamente também aumentou o interesse do centro em reunir colegas para avaliar o status do atendimento virtual para tuberculose e identificar lacunas de pesquisa e outras necessidades que devem ser abordadas para acelerar seu uso, afirma o Dr. Temesgen.
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