Os investimentos na indústria de Private Equity e Venture Capital começaram o ano com novo recorde, a despeito da continuidade da pandemia e das incertezas econômicas. No primeiro trimestre, os investimentos somaram R$ 10,7 bilhões, segundo pesquisa feita em conjunto pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e a KPMG. Trata-se do maior volume para um período de três meses desde quando começou a série histórica, em 2020, e representa um crescimento de 87% sobre o mesmo período do ano passado.
Os investimentos em Venture Capital (VC) superaram o volume registrado em empresas por fundos de Private Equity (PE) em mais de quatro vezes. A indústria de VC totalizou R$ 8,8 bilhões em transações, ante R$ 1,9 bilhões do segmento de PE. Movimento semelhante foi registrado em 2020, quando os investimentos anuais em VC ultrapassaram o volume aportado em PE pela primeira vez na história.
“A disrupção tecnológica e a multiplicação de empreendedores brasileiros de nível mundial criam as condições para que a indústria de VC viva um excelente momento no país”, diz Piero Minardi, presidente da ABVCAP. “O crescimento de empresas como as fintechs tem pouca correlação com a o PIB, enquanto o PE oscila mais em função do ambiente econômico, que tem sido bastante desafiador. Apesar do momento difícil da economia, a indústria de PE continua desempenhando papel notável na construção do mercado de capitais brasileiro e tem capital disponível para acelerar nossa retomada econômica.”
No total, 70 empresas receberam investimentos e divulgaram os valores das transações entre janeiro e março, crescimento de 19% na comparação com o mesmo período do ano passado. Deste montante, 63 empresas receberam investimentos de VC, e 7, de PE. O número absoluto de empresas é maior se forem consideradas as empresas que ainda não divulgaram os valores transacionados.
“Neste primeiro trimestre, os ticket médios dos investimento na modalidade venture capital continuaram subindo consolidando a tendência observada nos trimestres anteriores”, diz Roberto Haddad, sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil. “É impressionante o apetite dos investidores estrangeiros pelas startups e empreendedores brasileiros, mesmo no atual ambiente desafiador. Além disso, temos acompanhado um volume expressivo de saídas, o que consolida ainda mais o ecossistema brasileiro de PE&VC.”
O investimento médio por empresas foi de R$ 140 milhões no segmento de VC e de R$ 277 milhões em PE. Na comparação com o 1º trimestre de 2020, o ticket médio por empresa investida na modalidade de VC subiu 140%. Já o total de desinvestimentos somou R$ 7,8 bilhões.
No ranking setorial, as empresas mais investidas são de serviços financeiros (24%) e tecnologia da informação (13%). Já na lista de segmentos de VC, as fintechs e insurtechs (startups da área de seguros) seguem no topo da preferência dos investidores, com 18% da quantidade de empresas investidas de janeiro a março. Na sequência, aparecem as adtechs e martechs (de publicidade e marketing) e healtechs (de saúde), ambas com 11%.
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