De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), cerca de 30% dos vegetais produzidos nas lavouras não chegam aos mercados, pois são descartados antes disso. Isso corresponde a, aproximadamente, 1,3 bilhão de toneladas de comida anualmente indo para o lixo. A principal explicação? O fato de não atenderem a padrões estéticos.
Em resposta a este problema crônico, algumas empresas vêm usando tecnologia para transformar subprodutos, sobras e ingredientes não convencionais em novos produtos ou refeições. Ou seja, ao invés de descartar os alimentos, eles são revalorizados e utilizados de forma criativa, minimizando o desperdício e aumentando seu aproveitamento.
A Diferente, principal foodtech de alimentos orgânicos do Brasil, é uma das companhias que aderiu ao chamado upcycling food. “Ao atender a essa ampla indústria, avaliada em US$ 35 bilhões apenas no Brasil, também nos deparamos com a oportunidade de combater o desperdício e gerar um impacto positivo em toda a sociedade. Estamos diante de uma tendência em ascensão que busca mitigar o desperdício de alimentos, promovendo o uso máximo e circular desses recursos”, afirma Eduardo Petrelli, CEO e cofundador da Diferente.
A empresa, fundada em 2022, investe no modelo farm to table, em que compra diretamente de pequenos produtores itens extremamente frescos, colhidos entre 2 e 3 dias antes da entrega, e os revendem aos consumidores com preços até 40% mais baratos do que a concorrência – tanto de mercados tradicionais quanto os online. Com o cliente podendo escolher se deseja receber semanalmente ou quinzenalmente, cada cesta pode conter de 20 a 50% dos itens “fora do padrão” e o restante “dentro do padrão”, mas sempre tudo orgânico.
Quais são os benefícios do upcycling de alimentos?
O upcycling food traz uma série de benefícios importantes e que devem ser levados em conta. Abaixo, listamos os principais deles:
- Reduz do desperdício alimentar: ao utilizar subprodutos, excedentes e ingredientes não convencionais, evita o descarte desses alimentos, contribuindo para a diminuição da quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários;
- Impacto ambiental: contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa associadas à produção, processamento e descarte de alimentos;
- Preserva recursos naturais: com essa prática, recursos como água e terra, que são utilizados na produção de alimentos, são poupados;
- Refeições sustentáveis e nutritivas: ao explorar novas combinações de ingredientes e técnicas culinárias, é possível criar pratos deliciosos e nutritivos, utilizando ingredientes que normalmente seriam descartados. Isso contribui para uma alimentação mais variada e consciente, ao mesmo tempo em que estimula a criatividade na cozinha.
A prática do reaproveitamento é fundamental na economia circular, que busca otimizar o uso dos recursos naturais para promover o desenvolvimento sustentável. Quando aplicada à indústria de alimentos, essa abordagem possui um potencial significativo para gerar benefícios substanciais. Estimativas indicam que entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão relacionadas aos alimentos que acabam não sendo consumidos, conforme reportado pela ONU.
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Curtiu essa sugestão? Se tiver interesse em conhecer mais sobre o propósito da Diferente, estou à disposição. Abaixo encaminho um breve resumo sobre a startup e o especialista mencionado.
Startup: Diferente, a maior foodtech focada no acesso a alimentos saudáveis na América Latina. A startup entrega na casa dos clientes itens orgânicos e frescos até 40% mais baratos em relação aos preços praticados em mercados, ao mesmo tempo que combatem o desperdício alimentar. Isso porque parte das cestas são compostas também por alimentos que são perfeitos para consumo, porém considerados “diferentes” demais para irem às gôndolas dos supermercados. Lançada no início de 2022, a foodtech já captou R$ 40 milhões e projeta forte expansão nacional nos próximos anos.
Especialista: Eduardo Petrelli. Antes de co-fundar a Diferente, o empreendedor foi um dos responsáveis pela criação do aplicativo James Delivery. além disso, liderou projetos no Grupo Pão de Açúcar, onde identificou o problema do desperdício de itens perecíveis nas gôndolas do varejo tradicional e se inspirou para criar a Diferente. É formado em Engenharia de Produção pela Universidade Católica do Paraná e pós-graduado em Business e Finance pela Universidade de Berkeley (EUA).
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