A CBMM, empresa brasileira líder mundial na produção e comercialização de produtos de Nióbio, realiza, no dia 30 de novembro (quarta-feira) a cerimônia de entrega do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia. A premiação acontecerá durante a 20ª Conferência ANPEI de Inovação, que tem como tema“Desenvolvimento Sustentável Inovador: um círculo virtuoso”. Esse é o quarto ano da iniciativa promovida pela CBMM, que se consolida como a maior premiação de ciência e tecnologia do país, com inscrições de profissionais de diversos estados brasileiros.
O objetivo é enaltecer o legado científico e tecnológico de pesquisadores que destacam o Brasil no cenário mundial e geram contribuições para a sociedade. Além de valorizar a relevante produção científica e tecnológica já realizada, o propósito é fomentar novas iniciativas, com aplicações práticas e estimular nos jovens profissionais o desejo de construir carreiras inspiradas por modelos de excelência, a exemplo do que fizeram os eleitos pela comissão julgadora do Prêmio 2022; o físico Marcelo Knobel e o biofísico Jerson Lima Silva, que ampliaram o alcance de suas obras indo além dos limites formais de suas áreas de conhecimento.
“Ambos os agraciados de 2022 possuem trajetórias abrangentes e relevantes. É um orgulho para nós valorizar a ciência e a tecnologia no país e reconhecer os trabalhos de pesquisadores brasileiros que geram impacto positivo para o mundo”, exalta o CEO da CBMM, Ricardo Fonseca de Mendonça Lima, que participará do painel “Quando alguém dedica uma vida ao conhecimento, quem ganha é o mundo”.
Moléculas da vida – Graduado em medicina, o professor Jerson Lima Silva recebeu o título de Doutor em Biofísica em 1987, ambos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua curiosidade sobre as “moléculas da vida”, como ele mesmo diz, o levaram a pesquisar a relação da formação de proteínas com a ocorrência de doenças que afetam o corpo e a mente humana. “É importante entender quando as proteínas se dobram de forma errada – formando o que chamamos de Príons – para compreender melhor doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson, encefalopatias espongiformes transmissíveis e vários tipos de câncer”, diz Silva.
Ao longo de mais de 30 anos de contribuições científicas e cerca de 220 artigos publicados, o trabalho de Silva abriu novas perspectivas para o uso de ferramentas bioquímicas, biofísicas e de biologia estrutural inovadoras que aprofundam a compreensão sobre o dobramento errado das proteínas, bem como suas aplicações biotecnológicas; importantes para estudos de doenças neurodegenerativas e do câncer. Em seus estudos da estabilidade de partículas virais e outros agregados proteicos, usando altas pressões hidrostáticas, criou métodos na obtenção de vacinas e soros antivirais, que resultaram em patentes e relevantes publicações. Jerson Lima Silva é membro da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mundial de Ciências. Atualmente, é um dos pesquisadores líderes do Programa de Oncobiologia do Instituto de Bioquímica da UFRJ, rede que conta com cerca de 300 pesquisadores, dentre muitas outras atividades. “Temos uma equipe extraordinária e alunos brilhantes! Aprendo muito com eles.”
Desvendando o magnetismo – Nascido na Argentina e criado no Brasil, o professor e Doutor em Física Marcelo Knobel é também um dos expoentes da divulgação científica brasileira. Ele é uma voz de destaque na defesa das universidades públicas e da ciência em diversos posicionamentos e artigos de opinião. “Meu pai era professor universitário e minha mãe envolvida com a academia; seguir uma carreira acadêmica foi um caminho natural para mim. Não foi algo planejado. Optei pelo curso de Física e, a partir dali, as oportunidades foram se encadeando.” Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Knobel lidera um grupo que desenvolve e estuda novos materiais magnéticos em escala nanométrica, com potencial de aplicações desde a gravação magnética até a medicina, tendo publicado mais de 300 artigos. Knobel teve vários cargos administrativos na Unicamp, incluindo o de reitor entre 2017 e 2021.
Como pró-reitor de graduação, em 2010, implantou o inovador Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), que alia a formação geral com inclusão social e ação afirmativa. Em sua gestão como reitor, a Unicamp implantou as cotas étnico-raciais, a diretoria executiva de Direitos Humanos, o Hub Internacional para Desenvolvimento Sustentável, o Instituto de Estudos Avançados, o portal da transparência, entre outras iniciativas. Tem atuado como membro de comissões e conselhos de universidades e entidades representativas do setor de educação superior e ciência e tecnologia. Além do magnetismo e educação superior, dedica-se à área de divulgação científica, com pesquisas em percepção pública da ciência, formação de divulgadores científicos, desenvolvimento de museus e exposições científicas e publicação de artigos e livros. Em 2020, criou um canal no YouTube (Espaço Recíproco) para discutir o impacto da educação e ciência na trajetória das pessoas.
Reconhecimento – Em resposta ao anúncio da conquista do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia, ambos os pesquisadores destacam a importância desse tipo de iniciativa como fator de multiplicação e de motivação à carreira científica e tecnológica. Jerson Lima Silva acredita que reconhecimentos desta natureza são um “farol de esperança, uma luz para incentivar o jovem a seguir o caminho da pesquisa e da inovação”. Marcelo Knobel também reforça que é essencial valorizar o trabalho científico. “Sem dúvida, precisamos desse Prêmio. Poucos se dão conta do trabalho árduo que é fazer pesquisa no Brasil. Temos pessoas muito boas no país e precisamos dar mais valor a isso”, finaliza.
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