Além de movimentarem valores expressivos, as startups apresentam outro fator em comum: a promessa de uma carreira de sucesso aos colaboradores. No entanto, estes últimos meses foram marcados por anúncios de demissões em massa no ecossistema de inovação. Um levantamento realizado em junho pela plataforma Layoffs Brasil identificou que mais de 2 mil profissionais que atuavam no setor perderam os seus empregos em 2022, o que impacta diretamente na busca de recolocação no mercado de trabalho.
“A escassez de investimentos ocasionada por crises políticas e econômicas ao redor do mundo fez com que as empresas tivessem que reduzir seus custos, que em uma estratégia imediata decidiram diminuir as equipes. Afinal, o desligamento de colaboradores é a alternativa mais rápida de gerar um certo equilíbrio nas finanças”, diz Gabriel Zamboni, head de Pessoas e Cultura da 7Stars Ventures, holding de investimentos em startups em estágio inicial.
Pensando em auxiliar os profissionais que desejam retornar para empregos em ambientes inovadores, o executivo listou as principais dicas para uma recolocação de sucesso. Confira abaixo:
Identificar os pontos de melhorias
Muitas vezes, no momento do desligamento, as empresas não tratam e nem exploram os motivos e pontos a serem melhorados pelo colaborador, para que ele possa se desenvolver para os próximos passos profissionais. “Neste bate-papo, que costuma acontecer entre a área de Recursos Humanos e o colaborador que está de saída, são compartilhados tanto feedbacks sobre o ambiente de trabalho quanto de performance profissional. Ou seja, é possível identificar pontos de melhorias que podem ser desenvolvidos a fim de se preparar para um próximo passo na carreira”, explica Zamboni.
Manter a mente aberta
“Às vezes o profissional já chega machucado no processo seletivo, o que o faz acreditar que o entrevistador já está a par do perfil e das habilidades dele”, comenta o head, que sugere ao candidato manter a mente aberta nesse momento. “Entrar em uma empresa é um novo desafio. Será necessário criar relacionamentos, conquistar a confiança de clientes e parceiros de trabalho, mostrar performance para a liderança, entre outros. Para isso, é essencial ser flexível durante todas essas etapas para mostrar que é possível construírem uma boa jornada juntos”.
Não desabafe, agradeça
Zamboni enxerga as redes sociais, em especial o LinkedIn, como verdadeiras aliadas em um movimento de recolocação. Mas o executivo observa que em vez da plataforma ser uma ferramenta para potencializar a visibilidade do profissional, muitas vezes é utilizada como espaço de desabafo. “Acredito que após sair de uma empresa, uma postagem de agradecimento pelo o que aprendeu e construiu naquele ambiente seja bem visto. Agradecer é uma maneira de mostrar ao mercado que se está preparado para experienciar um novo desafio. Já o desabafo mostra um comportamento instável, visto que diferentemente de companhias tradicionais, não há garantias em startups. Os cenários mudam com rapidez e as propostas feitas no momento da contratação podem precisar de adaptações. Ao ler um desabafo, neste sentido, penso que ele pode ter o mesmo sentimento no futuro”, avalia o especialista.
Outras boas práticas ressaltadas pelo head no LinkedIn são o acompanhamento de personalidades ou marcas de referência no setor, interação em vagas e compartilhamento de postagens que abordam as habilidades e propósitos do profissional. “O ideal é manter a rede sempre ativa porque é uma forma do RH entender se existe um possível match ou não”, finaliza.
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