Infância digital: aplicativos aproveitam a atenção à tela dos pequenos para o ensino

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Teo Scalioni
Teo Scalioni
Mestre em Administração pela Universidade FUMEC. Tese defendida em 28/02/2011 Título: Parceiras de uma empresa de venture capital: impactos nas dinâmicas operacionais de pequenas e médias empresas de base tecnológica. Formado em Comunicação Social - Jornalismo em 2003. Bolsista Pesquisador da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de 2009 a 2011. professor e Gestor de Inovação da Faculdade Arnaldo, idealizador do Acelera Arnaldo, programa que estimula startups de alunos a chegarem no mercado. Empreendedor digital - Co-founder do portal Tempo de Inovação. Palestra "Inovação e Empreendedorismo Digital " na Faculdade Promove de Sete Lagoas Professor Universitário nas Faculdade. Professor Universitário: disciplina: Startups: Negócios Contemporâneos, Estrutura e Processos Organizacionais e Jogos Empresariais

Cada vez mais conectadas, as últimas gerações já são consideradas digitalmente nativas e é comum inclusive que muitas crianças tenham o próprio smartphone. A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre uso de smartphones por crianças revelou em 2021 que,  49% das crianças de 0 a 12 anos têm um aparelho próprio, e no grupo de 4 a 6 anos, 14% ficam quatro horas ou mais por dia no telefone, estimam os pais. Mas nem sempre essa prática é negativa, ao contrário do que se pode acreditar.

Segundo o Dr. Alex Desatnik, psicólogo clínico e de desenvolvimento da University College London, diretor do London Gates Educational Group, ferramentas como jogos, aplicativos e recursos audiovisuais são importantes no processo de aprendizagem. Ele explica que vivemos em uma época em que as crianças e os jovens estão acostumados a receber conteúdos por meio de mídias digitais e têm mais facilidade para aceitar e processar as informações que recebem por meio desses meios.

“O melhor tipo de aprendizagem é aquele em que a criança não sabe que está aprendendo, mas pensa que está brincando, enquanto na verdade absorve novas informações, seja uma língua ou qualquer outra coisa”. Pensando na oportunidade de tornar o ensino mais dinâmico e com o objetivo de democratizar a prática da língua inglesa, o aplicativo Buddy.ai foi criado como uma ferramenta acessível para o aprendizado do idioma.

Aprendizagem gameficada é sucesso entre as crianças brasileiras

De acordo com o co-foundador do Buddy.ai, Ivan Crewkov, as crianças brasileiras realizam em média 10% mais sessões de estudo semanais que a média mundial no aplicativo do Buddy.ai. “A experiência gamificada ajuda a tornar a experiência divertida e até engajada, fazendo com que até crianças pequenas desenvolvam o interesse e consequentemente a fluência em inglês”, conta ele.

Segundo dados do aplicativo, as sessões de estudo duram em média 10% mais tempo para as crianças brasileiras e a faixa etária onde o Buddy.ai é mais popular no país é a de 5 anos, enquanto no restante do mundo é de 6 anos, o que indica que crianças mais jovens usam mais a aplicação para aprender inglês. “Isso pode ser porque os pais brasileiros querem que seus filhos comecem a aprender inglês mais cedo do que a média mundial, ou simplesmente porque as crianças aqui são mais digitalizadas e acostumadas com gadgets e jogos online”, conta Crewkov .

O executivo conta que o Buddy.ai já atingiu mais de um milhão de usuários ativos mensais (UAM) em todo o mundo, e 250K UAM só no Brasil após apenas um mês de lançamento. Para ele, os pais já entenderam que não vale a pena lutar contra as telas e ao invés disso, preferem selecionar o que os filhos fazem e vêem enquanto conectados, mas que, com os app certos, é sim possível ficar sossegados sabendo que estão facilitando o desenvolvimento dos pequenos em um ambiente seguro e lúdico, e de quebra, economizando com aulas de inglês.  

Além disso, segundo o Desatnik, que foi consultor educacional no desenvolvimento do aplicativo Buddy.ai, “é um fato que a atividade mais agradável para as crianças – até os sete anos de idade e muitas vezes além disso – é brincar. Portanto, qualquer aprendizagem que pretenda entrar na mente e no coração de uma criança precisa incluir (e realmente ser dominada por) elementos do brincar”.