Minas Gerais têm registrado avanços significativos no controle da dengue, resultado de ações integradas que combinam tecnologia, monitoramento estratégico e mobilização comunitária. Com o apoio de ferramentas inovadoras, diversas cidades mineiras têm conseguido mapear com mais precisão os focos do mosquito Aedes aegypti, agir preventivamente e reduzir os índices de infestação. Esses progressos reforçam a importância da atuação conjunta entre poder público, empresas especializadas e população no enfrentamento de doenças transmitidas por vetores.
Uma das ferramentas adotadas é o Techdengue (techdengue.com), que utiliza drones e inteligência de dados para mapear áreas críticas e orientar a atuação das equipes de saúde. A plataforma já realizou mais de 1,1 mil horas de voo em operações com os drones e monitorou 60.800 hectares, que equivalem a aproximadamente 86.857 campos de futebol oficiais, uma dimensão que ajuda a ilustrar a grandeza da área já coberta pela tecnologia. O programa, presente em mais de 600 municípios, combina mapeamento aéreo com drones, georreferenciamento de focos, relatórios preditivos e orientação para as equipes de campo. O objetivo é aumentar a eficácia das ações de combate à dengue, zika e chikungunya com base em dados e tecnologia de precisão.
Até 99,2% de redução: dados comprovam a efetividade da estratégia adotada no Estado
Em Matozinhos, o número de focos do Aedes aegypti caiu 99,2% após a implementação da solução. Oliveira reduziu os casos em 96,5%. Igarapé apresentou queda de 95%, superando a média estadual de 90%, enquanto Brumadinho alcançou 89%. Segundo levantamento realizado pela Aero Engenharia (aeroengenharia.com), o uso do Techdengue nos municípios mineiros, contribuiu para uma redução de cerca de R$ 90 milhões em custos públicos relacionados à dengue, incluindo gastos com internações e tratamentos. A empresa destaca que os resultados são reflexo de um conjunto de ações implementadas pelo estado nos últimos anos, das quais o Techdengue foi uma das ferramentas utilizadas.
A metodologia aplicada combina sobrevoos com drones, identificação de pontos estratégicos e entrega de relatórios com base em inteligência de dados. O custo por hectare varia conforme o perfil da área urbana monitorada e apresenta vantagens frente a métodos tradicionais.
Segundo o CEO da empresa, Cláudio Ribeiro, é comum observar diversas tentativas de utilização de drones para o enfrentamento das arboviroses, mas reforça que eles são apenas uma ferramenta. “A transformação real acontece quando os dados coletados em campo são tratados de maneira estratégica, a forma como essas informações são processadas é o que realmente potencializa a atuação dos municípios. A partir disso, conseguimos direcionar ações, ampliar a capacidade operacional das equipes locais e proporcionar um entendimento territorial mais profundo sobre um problema tão crítico para a saúde pública”, comenta.
A experiência mineira demonstra que o avanço no controle da dengue ocorre por meio da integração entre tecnologia, política pública e execução eficiente das ações, ampliando a vigilância epidemiológica e antecipando as medidas de controle às arboviroses.
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