Livros escritos por ghostwriters viram trunfo de empresários e influenciadores no mercado

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Tempo de Inovacao
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A publicação de livros com apoio de ghostwriters tornou-se um movimento cada vez mais comum entre empresários, executivos e influenciadores digitais no Brasil. O que antes era considerado um projeto pessoal, hoje é tratado como estratégia de marketing, posicionamento de autoridade e geração de negócios.

 De acordo com levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), o investimento em branding pessoal pode aumentar em até 25% o reconhecimento profissional. Ao mesmo tempo, dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) indicam que o segmento de publicações sob demanda, que inclui obras com ghostwriters, cresceu 15% em 2023, com destaque para a não ficção. 

À frente da Editora Alma e da agência ALMA, Julyanne Guimarães Amadeu atua há mais de uma década com ghostwriting e copywriting. Ela explica que o serviço tem ganhado espaço justamente porque ajuda especialistas a tirar do papel um projeto que, muitas vezes, foi adiado por anos. “Grande parte dos nossos clientes acumulou conhecimento valioso ao longo da carreira, mas não sabia como estruturar tudo isso em um livro. Quando percebem que não precisam escrever sozinhos, o processo se torna viável e estratégico”, afirma.

O ghostwriter é o profissional responsável por transformar ideias, experiências e metodologias em narrativas coesas e publicáveis. O processo geralmente envolve entrevistas profundas, planejamento editorial, construção de capítulos, redação e revisão técnica. “É um trabalho feito a quatro mãos. O autor traz a vivência e a visão; o ghostwriter organiza, escreve e entrega uma obra com autenticidade e posicionamento”, detalha Julyanne.

Segundo a especialista, os principais perfis que contratam ghostwriters são médicos, advogados, coaches, empresários e criadores de conteúdo digital. Em comum, esses profissionais vêem no livro uma ferramenta para ampliar sua presença digital, atrair convites para palestras, mentorias, consultorias e fortalecer a marca pessoal. “Publicar um livro muda a percepção do mercado. É um divisor de águas na carreira”, completa.

Além do ganho de autoridade, a publicação pode funcionar como um ativo estratégico. Algumas obras são usadas em treinamentos, ações de branding, campanhas de lançamento de produtos e até como diferencial competitivo em negociações com investidores e parceiros comerciais. Os projetos costumam levar entre quatro e seis meses, com investimento entre R$18 mil e R$50 mil, dependendo da complexidade e do pacote contratado.

Mesmo com o crescimento da demanda, o ghostwriting ainda é pouco conhecido fora dos bastidores do mercado editorial. “É uma profissão invisível, mas com impacto real”, diz Julyanne. “Fazemos com que ideias circulem, que conhecimentos se tornem acessíveis e que histórias ganhem corpo. Não assinamos a obra, mas nossa contribuição é essencial.”

Para quem deseja publicar um livro, mas não tem tempo, segurança ou familiaridade com a escrita, a especialista reforça: é possível começar agora, mesmo que não seja você quem vai digitar a primeira palavra. “O importante é ter clareza do propósito, disponibilidade para colaborar e confiança no processo. O resto, a equipe editorial conduz”, conclui.