70% do tráfego móvel na América Latina é gerado por três plataformas, revela um relatório da GSMA

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No contexto do debate sobre o fair share, a GSMA apresenta hoje ‘Uso de redes móveis na América Latina’, o primeiro de uma série de relatórios para contribuir a discussão regional com dados e evidências. Este relatório inicial revela uma fotografia do tráfego móvel na região até maio de 2024, por empresa e tipo de conteúdo, em nível agregado e por subregião e/ou país. A conclusão mais contundente do estudo é que três empresas ― Meta, Alphabet (Google) e TikTok ― geram mais de 70% do tráfego móvel de download na América Latina. A Meta concentra quase 50%; a Alphabet soma 14% e oTikTok, 8%.

O relatório também examina o tráfego móvel por tipo de uso, acesso à redes sociais (41%), navegação na web (29%) e streaming (19%) liderando a lista. Esse pódio se repete em toda a região, com algumas variações. Na América Central e no México, por exemplo, a ordem se mantém, mas as redes sociais representam quase 60% do total. Na Argentina, Chile e Paraguai, o streaming está acima da navegação na web. Na Região Andina, o streaming se torna o tipo mais popular, representando 38% do total. No Brasil, as redes sociais representam 40%, a navegação na web 30% e o streaming representa a mesma porcentagem que os serviços de mensageria (10%).

O denominador comum nos três casos é o uso intensivo de vídeo, em formato curto ou longo. A demanda por dados desse conteúdo continuará a aumentar com o avanço das resoluções (de HD para 4K, e eventualmente 8K) e a expansão de eventos transmitidos ao vivo. O conteúdo audiovisual é um dos principais impulsionadores do crescimento sustentado do tráfego móvelque, entre 2016 e 2023, multiplicou-se por 14. Apenas o crescimento anual em 2023 foi maior que o volume total de tráfego na região cinco anos antes, em 2018. Até 2030, espera-se que o tráfego anual cresça em 22 exabytes (22 bilhões de gigabytes) em relação ao ano anterior, quase o dobro do crescimento anual registrado em 2023, que foi de 12 exabytes. Esse aumento exercerá ainda mais pressão sobre a capacidade das redes móveis.

Quando vemos 70% do tráfego móvel concentrado em três empresas, pode-se pensar que é apenas um reflexo da escolha dos usuários. Mas uma parte considerável desse tráfego é não solicitado, como os anúncios que vemos ao abrir nossos aplicativos ou vídeos em resoluções muito superiores àquelas que podemos apreciar em nossos dispositivos”, aponta Lucas Gallitto, Diretor para a América Latina, GSMA. “Hoje, as plataformas não pagam pelos custos desse tráfego que monetizam, o que tem um impacto negativo na experiência do usuário, na capacidade das redes e no meio ambiente. Isso destaca a necessidade do fair share: um mecanismo de mercado pelo qual os grandes geradores de tráfego contribuam para o financiamento das redes, incentivando o uso mais eficiente desse recurso que pertence a todos.

O relatório ‘Uso de redes móveis na América Latina’ está disponível para download em português, espanhol e inglês aqui.

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