73% dos passageiros no mundo usam celular no trânsito

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Tempo de Inovacao
Tempo de Inovacao
celular

Seja no transporte público ou dirigindo, as pessoas estão cada vez mais conectadas. De acordo com uma pesquisa global da NordVPN, 73% dos passageiros no mundo usam celular durante os deslocamentos, sendo que 61% acessam a internet enquanto se movimentam. O uso é variado: 54% ouvem música ou podcasts, 50% se comunicam via chamadas ou mensagens, e 45% navegam nas redes sociais.  

As formas de deslocamento são variadas. Entre os entrevistados, 64% usam veículo próprio, 32% vão a pé, 27% utilizam ônibus ou trens urbanos, 23% preferem metrô ou trem, 12% vão de bicicleta, 7% usam aplicativos como Uber ou táxis, e 1% apontou outros meios. Esse cenário revela um amplo leque de exposições a riscos físicos e digitais — tanto para quem dirige quanto para quem depende do transporte público.  

Riscos crescentes ao volante  

No entanto, o uso do celular ao dirigir se tornou um hábito perigoso. Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), essa prática já é a terceira principal causa de mortes no trânsito no país, com aproximadamente 154 óbitos por dia. A cada ano, são cerca de 54 mil vidas perdidas.  

Dados do Ministério da Saúde mostram que 19,3% dos brasileiros nas capitais admitem usar o celular enquanto dirigem. Entre jovens de 25 a 34 anos, o número sobe para 25%. Entre pessoas com maior escolaridade, o índice chega a 26,1%. O risco de acidente pode aumentar em até 400%

Dirigir e digitar uma mensagem a 80 km/h equivale a manter os olhos fechados por quase 100 metros, alerta a Abramet. O impacto é comparável ao de dirigir sob efeito de álcool.  

Além dos acidentes, os motoristas também enfrentam riscos digitais. Muitos aplicativos de navegação, músicas e mensagens exigem conexão, expondo dados pessoais mesmo durante breves paradas no trânsito.  

Transporte público: distração e exposição digital  

A situação também preocupa no transporte público. O estudo global mostrou que 8 em cada 10 passageiros usam dispositivos móveis durante os trajetos, com destaque para o uso de smartphones. O tempo de deslocamento virou tempo de tela.  

Entre os usos mais comuns estão: 

  • 54% ouvem música ou podcasts 
  • 50% fazem ligações ou enviam mensagens 
  • 45% acessam redes sociais 
  • 33% assistem a vídeos ou filmes 
  • 27% jogam 
  • 24% realizam tarefas de trabalho  

A conectividade também é alta: 60% se conectam à internet durante o percurso, sendo o Wi-Fi público a principal escolha — ainda que arriscada. Na Coreia do Sul, 79% dos passageiros usam Wi-Fi público; no Reino Unido, 68%. No Brasil, o comportamento segue a mesma linha, ainda que com menor consciência dos riscos.  

No entanto, usar o celular enquanto se é apenas um passageiro também não está isento de ‘acidentes’ já que ambientes lotados favorecem o chamado “shoulder surfing”, quando estranhos observam a tela de outra pessoa sem que ela perceba. Essa ameaça atinge especialmente usuários de ônibus, trens, metrôs e até motoristas de aplicativos de transporte.   

Segundo Adrianus Warmenhoven, especialista em cibersegurança da NordVPN, “muitos pensam que as ameaças vêm só da internet, mas o perigo pode estar ao lado.”  

Medidas de proteção continuam escassas  

Apesar dos riscos, 18% dos entrevistados, no estudo da NordVPN, admitem não adotar nenhuma medida de segurança digital durante os deslocamentos. Outros informaram:  

  • 47% usam senhas fortes 
  • 46% mantêm os dispositivos atualizados 
  • 37% evitam enviar informações sensíveis em público  

A preocupação com a segurança digital varia entre os países. Nos EUA, 74% se dizem preocupados com ameaças; no Canadá, 71%. Já na Suécia, 70% afirmam estar pouco ou nada preocupados.  

“Conexões públicas são o paraíso dos hackers”, alerta Warmenhoven.   

Diante deste cenário ele recomenda algumas dicas simples de segurança, mas que podem fazer grande diferença:  

  • Não usar dispositivos ao dirigir 
  • Atualizar apps e sistemas regularmente 
  • Usar senhas fortes 
  • Adotar VPNs confiáveis 
  • Ativar bloqueios de tela 
  • Desativar conexão automática a redes públicas  

Metodologia 

A pesquisa foi encomendada pela NordVPN e conduzida pelas empresas Cint e Norstat entre 20 de fevereiro e 2 de março de 2025. Participaram 10.800 pessoas de 11 países, incluindo EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Coreia do Sul e Japão, com idades entre 18 e 74 anos (na Coreia do Sul, 18 a 64). A amostra considerou cotas por idade, gênero e localização.